terça-feira, 8 de outubro de 2013

Os Sete Pilares do Budismo

Segundo os budistas,
Siddartha Gautama deixou muitos ensinamentos, 
mas todos sustentados
por sete considerados 
como os principais.




Richard H, Drummond é um dos mais respeitados especialistas em estudos sobre religiões no mundo. Ele foi professor de História das Religiões e Missão Ecumênica da Universidade de Dubuque, no estado de Iowa, Estados Unidos. É um dos mais renomados estudiosos do budismo no mundo. Dois de seus livros, "The Buddha in His Setting" ("O Buda em Seu Próprio Ambiente") e "The Buddha's Teaching" ("O Ensinamento de Buda"), se tornaram best sellers.
Drummond diz que Buda - ou Buddha - existiu, mas
 muitas histórias contadas sobre ele são lendas que o retratam tal como os budistas acreditam que todo ser humano deveria ser para ser considerado "iluminado". Em "The Buddha's Teaching", ele explicou que "Buddha" é uma palavra proveniente do sânscrito, uma das 23 línguas oficiais da Índia, e significa "iluminado". Mas é também uma derivação de "budh", que é o verbo "despertar" em sânscrito. Portanto, "Buddha" também significa "desperto", mas é considerado "iluminado" por ter despertado para "a verdadeira natureza dos fenômenos".
Para os budistas, entender a "verdadeira natureza dos fenômenos" significa entender fundamentalmente que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Em seus ensinamentos, Siddartha Gautama (este era o verdadeiro nome de Buda) ensinava que, quando nos tornamos conscientes dessas características da realidade, facilitamos nossas possibilidades de viver plenamente felizes, livres de condicionamentos mentais que nos causam insatisfação e sofrimento.
Buda nasceu cerca de 500 anos antes de Jesus. Historicamente, confirma-se que ele nasceu no 560 a.C. No entanto seus ensinamentos são basicamente os mesmos de Jesus. Siddartha Gautama nasceu num local próximo ao vilarejo de Lumbini, no Nepal, nas proximidades da fronteira entre este país e a Índia. Nasceu sendo um príncipe, filho do rei Shuddhodanna. Ainda jovem, teve seus primeiros contatos com famílias pobres, apesar de sua própria família ter feito todo o possível para evitar que um dia isto ocorresse. A partir de então ele passou a considerar que, para resolver os problemas da pobreza era preciso entender suas razões, e para isto era preciso ser pobre. Decidiu então, abrir mão de suas riquezas, abandonou a própria família e foi viver entre os pobres. Em seguida, passou a transformar todo o seu aprendizado com suas próprias experiências em ensinamentos, os quais se tornaram as bases fundamentais da religião hoje conhecida como budismo.
Para os budistas, a palavra "Buda" não denota apenas o fundador de uma religião ou um mestre religioso que viveu em uma determinada época. Para eles, representa toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização sob o ponto de vista espiritual. Quando alguém fala em Buda, nós imediatamente o identificamos como sendo a mesma pessoa, ou seja, Siddharta Gautama, mas as escrituras budistas tradicionais contêm referências a pelo menos 24 Budas que viveram em épocas diferentes.
Os ensinamentos de Buda são muitos, e obviamente não seria possível mencionarmos todos num artigo como este. O mais importante é saber que eles são sustentados pelo que os budistas chamam de "Sete Pilares", aos quais Richard Drummond se refere em "The Budda's Teaching": o Karma, a reencarnação, a liberação do Karma, as Quatro Nobres Verdades, os Oito Nobres Caminhos, o Nirvana e o Dharma.
"Karma" é um termo em sânscrito que se refere às boas ou más intenções das pessoas. Boas intenções geram bons frutos, más intenções geram maus frutos, inclusive e principalmente para a própria pessoa.
Quanto à reencarnação, o ensinamento budista diz que há um ciclo de mortes e nascimentos para todos os seres vivos. No caso das pessoas, esse ciclo deve ser transcendido por meio da prática dos Oito Nobres Caminhos. Estes, por sua vez, correspondem à última das Quatro Nobres Verdades.
As Quatro Nobres Verdades são as seguintes, nesta ordem:
  1. A primeira se refere à experiência humana universal do sofrimento mental, emocional e físico como efeito do karma passado. 
  2. A segunda é a percepção de que a causa de tal sofrimento provém da ganância e do desejo por coisas erradas, ou pelas coisas certas mas por meios errados. 
  3. A terceira diz que é possível fazer o sofrimento parar, resolvendo o dilema humano através da Quarta Verdade. 
  4. A Quarta Verdade diz que há um caminho para a solução: basta seguir os Oito Nobres Caminhos.
Os Oito Nobres Caminhos são:
  1. O conhecimento correto;
  2. As atitudes corretas;
  3. As palavras certas nos momentos certos;
  4. As ações corretas;
  5. As ocupações corretas;
  6. Os esforços corretos;
  7. A consciência plena correta;
  8. A compostura correta.
Observe que os dois primeiros "caminhos" estão relacionados aos descobrimentos e ao entendimento dos descobrimentos, os três seguintes são princípios éticos e os três últimos são disciplinas da mente.
O "Nirvana" é a meta principal da vida. Visa a transformação da consciência humana como uma realidade independente, com um dinamismo de si mesma, colocando-a acima do mundo material, mas não necessariamente se destacando completamente dele. É o que os budistas chamam de "Verdadeiro Refúgio". 
O "Dharma" é o elo entre os Oito Nobres Caminhos e o Nirvana. É um dinamismo "quase pessoal" que ajuda a aumentar a qualidade de vida. Baseia-se no fato de que Buda dizia que a essência da vida consiste, nas associações entre as pessoas independentemente de suas religiões e na preservação das prática dos Oito Nobres Caminhos. 

Fonte:
  • "The Buddha's Teachings" ("Os Ensinamentos de Buda"), de Richard Drummond - em "The Word's Religion" ("Religiões do Mundo") - Editora: Lion Handbooks - Londres, Inglaterra.

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